segunda-feira, 30 de maio de 2011

Depois de tanto tempo... Tudo parece tão igual...


Dessa vez não dava mais pra escapar, dar desculpas, enrolar...   Eu precisava passar por isso..  Eu precisava...  Porque o problema era meu e de mais ninguém...
Desde a separação, sempre que posso, eu fujo...  Não vou aos aniversários dos amigos, nem dos filhos dos amigos, dou desculpas para faltar aos casamentos, perco nascimentos, batizados, festas, me escondo feito uma tartaruga, dentro da minha própria casa...
A minha casa, nos últimos meses, tem me parecido o único lugar onde estou imune e protegida de qualquer novo momento de dor e sofrimento...
Há dois meses atrás iniciei uma reforma nesta mesma casa, reduto de tanto amor e de tão boas lembranças...
Achei que, quebrando paredes, trocando tintas, mudando revestimentos, estaria, ao mesmo tempo, me libertando daquelas memórias tão gostosas...
Memórias de um passado recente, mas que agora parecem parte de uma outra década da minha vida...
Praticamente terminada a obra, olho para minha casa, onde construí sonhos cor de rosa ao lado dos meus dois grandes amores, meu filho e meu ex-marido, e vejo que o dinheiro empenhado aqui pode trazer mais luxo, mais conforto, mas nunca mais trará aquele sentimento de lar, aqueles momentos de amor, de união, de família reunida, que só essa formação (eu, Rei e Gui) poderia me dar...
Na última sexta-feira decidi encarar os "leões" de frente..  Cara a cara...
Não dava mais pra escapar..  Aniversário do Alexandre, meu amigo, meu irmão, parceiro de todas as horas...  Eu tinha que ir...   E fui...
Sabia que não seria nada fácil..  E realmente não foi..
Logo ao chegar, senti meu coração quase saltando do peito, os olhos marejando d'água, um silêncio meio sepulcral, um clima realmente muito tenso...
O mundo parou naquele momento...  Pra mim existiam poucas pessoas naquele ambiente cheio...
Só ouvia e via as pessoas que me interessavam...  
E no meio destas pessoas, ele estava lá..  Lindo, lindo...
A mesma voz, o mesmo sorriso, o mesmo peito onde tantas noites eu me encostei, o mesmo abraço que tantas vezes já me envolveu...
Depois de tanto tempo...  Tudo parecia tão igual...
Como pode, meu Deus, depois de tanto tempo, o coração bater descompassado de novo, num ritmo alucinado, que só quem ama sabe como é...
Enfrentei essa barreira...  Fui a um local onde sabia que iria encontrá-lo..  E realmente encontrei...
De volta à minha casa, aquela que foi reformada, mas que no fundo é a base daquelas mesmas paredes, daqueles mesmos sonhos, encontro-me sozinha de novo...
E o estranho é que a sensação é de que este ainda não é o final...
Tenho a impressão de que, talvez, este ainda não seja o fim desta história...
E assim vou vivendo, seguindo...
"Ama, espera, trabalha e confia..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário