segunda-feira, 27 de junho de 2011

De volta a São Lourenço

Nesse último fim de semana, peguei a estrada e fui de encontro à antigas memórias...
Foi um fim de semana prolongado, por conta do feriado de Corpus Christie.. E, nada melhor, para uma data como essa, que passar alguns dias em família.
Assim fizemos.. Nos dividimos em dois carros e fomos...  Eu, Guilherme, meus pais, meu irmão, minha cunhada e sobrinha, rumo a São Lourenço, no sul de Minas.
A cidade é a mesma..  Suas ruas de pedras, o comércio artesanal, as charretes passando, o parque das águas com suas sombras geladas, a Serra da Mantiqueira e suas curvas sinuosas..
Enfim, tudo muito igual..  Quem está diferente sou eu..
Agora, volto a São Lourenço, como mãe..  E é com olhos de mãe que eu admiro essa cidade, bucólica, sossegada e encantadora..
Cidade que meu filho ama, onde meus pais relaxam e baixam as armas, onde pude ver a pequena Joana se alegrando ao observar os cavalinhos galopando em frente ao hotel, onde Julio e Bárbara selaram, mais uma vez, o amor bonito que cresce, entre eles, um pouco mais a cada dia..
É muito bacana ver o Guilherme, com pose de "Rei da Cidade", numa autonomia, liberdade e espontaneidade, que só uma cidade do interior pode lhe permitir...
"Cidades pequenas" como São Lourenço me dão a sensação de que as coisas podem ser melhores, mais tranquilas, sossegadas...  E os Homens, menos violentos, duros, estressados..
Voltando de uma viagem como essa me espanto com a velocidade do mundo louco onde eu vivo..
Vejo como o ano passa rápido, como o tempo voa, assim como voam nossos emails, nossas ligações, nossos encontros...
É com a alma acarinhada pela calma mineira que vou começando essa semana, última do mês de junho..
Falta menos de um mês pro meu filhão fazer oito anos de idade..  Meu menino está crescendo...
Me proponho, aqui, a desacelerar, a desestressar, para poder acompanhar mais de perto esse tempo, que não volta..
De volta à minha casa, à rotina dos meus dias corridos, de muito trabalho e responsabilidades, quero fazer um pacto comigo mesma. De permitir-me acalmar, sentar na varanda de casa e observar o Guilherme crescer, bem tranquilo, sereno, como se estivéssemos ouvindo o som dos passarinhos mineiros, que cantam felizes por aquela cidade...

domingo, 19 de junho de 2011

Com quantos sonhos se constrói uma vida?

Hoje, enquanto arrumava umas coisas aqui em casa, me deparei com a minha própria história... E, sempre que paro pra pensar na minha trajetória, no quanto já vivi, sinto-me orgulhosa de mim mesma.
Não aquele orgulho ruim, que impede as pessoas de se arrependerem, mas um orgulho bom, que me remete a um amor próprio, a uma melhor autoestima.
Tenho precisado muito resgatar essa autoestima..  Tenho tentado enxergar as coisas de forma colorida, divertida.
Não acho que meus problemas sejam muito maiores que os das demais pessoas.
Pelo contrário. Acho que, perto de muitas pessoas, nem tenho do que reclamar.. E não gosto mesmo de ficar reclamando.
Essa nunca foi minha visão das coisas. Sempre procurei o lado bom das coisas.
Num jeito meio "Alice" ou "Poliana" de ver a vida..
Quando olho para trás e vejo tudo o que eu já construí, vem aquele orgulho bom do qual eu já falei.
Comecei uma vida independente, desligando-me pouco a pouco dos meus pais bem cedo.
Aos dezoito anos passei num concurso público e entrei para Prefeitura do Rio de Janeiro. No mesmo ano comecei a Faculdade de Jornalismo.
Três anos depois, conquisto a segunda matrícula no serviço público. Desta vez, na Prefeitura de Duque de Caxias, cidade da Baixada Fluminense, onde fiz muitos amigos..
Aos vinte anos..  Apenas vinte anos, contrariando a ideia de muitos, resolvi me casar.
Casei com o Léo, meu vizinho, meu amigo desde uns oito anos de idade, aquele cara que parecia perfeito pra mim..  Isso porque eu, sempre abusadinha, achava que, aos vinte anos, já seria capaz de saber quem seria perfeito pra mim..
Mas foi um bom casamento..  Durou apenas cinco anos, mas me rendeu um presente..  O melhor e mais caro presente que eu poderia ganhar na vida..
Léo sempre foi um marido de presentes.. Dos bichos de pelúcia enormes, que nem cabiam no quarto direito, aos anéis de ouro e rubi, lindos, delicados, que, pouco a pouco, foram enchendo meus porta jóias..
Mas, de todos os presentes, houve um que não tinha preço e que só este marido poderia me dar..  O Guilherme..
Guilherme é resultado de uma combinação perfeita..  Enfim aquela perfeição que, no fundo, mesmo tão novinha, eu já sabia que encontraria..
De que é feita a nossa vida? De quantos sonhos?
Ainda não sei..  Mas sei que, hoje, aos trinta anos, já separada por duas vezes, depois de um casamento convencional, com papel, pastor, festa e tudo mais que eu tive direito, e um segundo, não tradicional, na verdade, um "namorido", que foi chegando, chegando e acabou morando comigo, acho que a vida deve ser feita de vários sonhos...
Atualmente estou acompanhada por Deus e pelo meu filho, Guilherme. 
Esses me bastam, mas confesso estar sentindo falta de um amor.. 
Moro numa casa própria, que pago ainda, financiada e custeada pelo meu trabalho, tenho um carro novinho, conforto, plano de saúde, um filho maravilhoso, uma cachorra louca, mas igualmente querida, uma vida tranquila e, principalmente, minha..
Minha vida. Que eu determino e sigo da forma como quero..
Trabalho na minha área. Sou jornalista e assessora de imprensa pela FUNDEC, na Prefeitura de Duque de Caxias. Realizada profissionalmente, amiga de muitos amigos, querida por várias pessoas, admirada e feliz..
Uns dias mais feliz, outros menos...  Algumas vezes mais disposta, outras menos...  Mas sempre com esperança e fé em dias melhores..  Porque eles sempre chegam..
Sonhos??  Ainda tenho vários...  Continuo seguindo, vivendo, caminhando em busca deles...